ARTIGO

O Ministério Público precisa investigar

Pedro Parente

A demissão de Pedro Parente do posto de presidente da Petrobras não põe fim à catástrofe provocada pela sua gestão na empresa e em todo o país. Ele deixa a petrolífera em direção ao setor privado pisando sobre os escombros de uma paralisação de caminhoneiros que, calcula-se, tenha gerado prejuízos de R$ 75 bilhões ao país. Faço minhas as palavras de respeitado jornalista Moisés Mendes: “A pergunta que passa a incomodar todo o Ministério Público: quem terá coragem de enquadrar Pedro Parente, como o MP enquadrou (sem provas de delitos) os ex-presidentes da Petrobras dos governos Lula e Dilma?”. A paralisação dos caminhoneiros expôs ao país inteiro fatos graves que, como defende Moisés Mendes, precisam chegar ao Ministério Público. Vejamos: Desde julho de 2017, o preço da gasolina subiu 50,04%, o do diesel 52,15% e o gás de cozinha 67,8%. Mais de um milhão de domicílios voltaram a cozinhar à lenha ou carvão e, em muitas regiões do Brasil, o preço da gasolina ultrapassou os R$ 5,00. Consequências da nova política de preços dos combustíveis adotada por Parente, com a chancela de Michel Temer, em outubro de 2016, baseada na paridade com os preços internacionais, o que na prática abriu a possibilidade de ajustes diários. O lucro dos acionistas internacionais foi privilegiado em detrimento dos interesses do povo brasileiro. A diminuição da produção e a abertura do mercado nacional para a importação reforçam o objetivo claro de desmonte e privatização da Petrobras. Prova disso foi o anúncio do plano de venda de quatro refinarias e doze terminais da Transpetro.

A ação de Parente foi mais escandalosa. Elevou os preços dos derivados para viabilizar a importação e criar uma capacidade ociosa nas refinarias, de maneira a comprometer seus resultados e facilitar a venda. Usando o argumento de que a Petrobras estava quebrada, em consequência da corrupção, Parente teve participação ativa na mudança da legislação do petróleo, ajudando a enterrar todos os investimentos feitos na indústria naval.

Os governos do PT projetaram que a Petrobras, a partir da descoberta do pré-sal, teria condições de garantir ao país a autossuficiência no abastecimento e, por isso, investiram na modernização e expansão de refinarias e na produção local de equipamentos demandados pelas refinarias. Temer acabou com a política de conteúdo local e transformou o Brasil num paraíso para grandes empresas produtoras de derivados. Permitiu que o nosso país fosse vítima da “maldição do petróleo”. Países que produzem petróleo são alvos de países de grandes petrolíferas internacionais, principalmente daquelas que não têm reservas próprias e que investem sobre o patrimônio natural alheio. Parente conduziu o plano de entrega do nosso petróleo. Deve ser investigado e responsabilizado. O Brasil merece uma reparação.

Altemir Tortelli, deputado estadual

 

 

Publicado em 04/06/2018 às 10:46

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