Neste mesmo espaço, o líder do governo Sartori sustentou uma iniciativa sua que proíbe ex-governadores de advogar contra o Estado. O projeto de Lei do deputado Gabriel de Souza se originou do fato de o ex-governador Tarso Genro ter sido um dos advogados que assinou ação que propugna o impedimento ao atual governo estadual de vender por peço vil ações do Banrisul. Para o deputado situacionista a atitude do ex-governador, embora possa ser legal, é imoral, já que recebe uma pensão do próprio Estado.
A iniciativa do deputado Gabriel, que é um líder esforçado de um governo deteriorado, pretende, muito mais do que regular o que pode ou não pode fazer um profissional que tenha ocupado a cadeira de governador, desviar o debate público daquilo que realmente interessa, que é a forma irresponsável e, aí sim, imoral, com que o seu governo trata os ativos do Estado gaúcho.
Não por outro motivo, inclusive, o próprio Ministério Público Federal pediu à PF investigação sobre a negociação das ações do Banrisul por haver indícios de práticas de crime contra o mercado financeiro.
A questão que realmente interessa é o inverso do que propõe o deputado governista. Alguém (como o ex-governador Tarso Genro) que advoga para impedir a venda de um ativo público estratégico, como o Banrisul, está defendendo o Estado. Quem advoga contra o Estado, neste caso, é o governador que aceita vende-lo a preço de banana, como diz a sabedoria popular.
Em verdade, o que é imoral, embora possa ser legal, é vilipendiar o que é público, principalmente quando esse ativo importa não apenas às políticas de governo, mas a toda população gaúcha que tem relação direta com o banco.
Defender o Banrisul público e forte, como faz o ex-governador Tarso Genro em sua esfera de atuação profissional, não apenas é moral como é necessário para defender o nosso Estado da ganância privatista do atual governo.
Luiz Fernando Mainardi Deputado estadual (PT)