Quando dizem que o Banrisul está na berlinda, na verdade é o governo do Estado que está. O presidente do banco e o secretário estadual da Fazenda estiveram na Assembleia Legislativa para esclarecer as dúvidas sobre a venda de ações, e não deram informações convincentes sobre um possível tráfico de influência entre a empresa compradora ou intermediadora da venda com o ofertante, nem em relação aos valores serem abaixo da cotação do dia anterior. Dessa forma, estão enfraquecendo a instituição para que seja condenada qualquer perspectiva de futuro de mais um órgão importante. Não se trata de uma venda normal, e sim de uma ação de queima estoque, cercada de suspeitas. O responsável é o governo gaúcho, que vem enfraquecendo o banco, alimentando justificativas para vendê-lo, e assim, aniquilando com o patrimônio gaúcho.
A decisão do Ministério Público de abrir inquérito civil para apurar irregularidades na venda de ações, e solicitar que a Polícia Federal investigue o caso, reafirma o trabalho da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público da Assembleia, dos sindicatos, dos trabalhadores e da sociedade. Em abril, a Frente apresentou pedido de informações ao governo sobre o caso, e protocolou um conjunto de indícios no Ministério Público e no Tribunal de Contas, demonstrando a incerteza em relação aos procedimentos adotados para a comercialização das ações. Fomos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Rio de Janeiro, denunciar a venda, e, a partir de então, a comissão também passou a investigar.
A Frente Parlamentar seguirá vigilante, acompanhando de forma ativa as investigações da CVM e do MP. A sociedade gaúcha exige uma explicação do governo sobre as circunstâncias desta venda, com o esclarecimento de todos os fatos. Os gaúchos merecem este respeito. Somos contrários à venda das ações e à liquidação do banco. O Banrisul é um banco estratégico para os gaúchos.
Zé Nunes, Deputado Estadual
Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público da Assembleia Legislativa